quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Investidores pedem que nações do G20 ratifiquem o acordo de Paris e expandam o baixo carbono e os investimentos verdes

Londres / Sydney / Boston – Enquanto os líderes das maiores economias do mundo se preparam para participar da próxima reunião do G20 em Hangzhou, na China, 130 investidores com mais de US$ 13 trilhões de ativos sob sua gestão enviaram carta aos chefes de Estado do G20 exortando-os a ratificar o Acordo do Clima Paris este ano.  Nesse texto, os investidores, que integram uma coligação de seis organizações, conclamam as nações do G20 a dobrar o investimento global em energias limpas, tornar mais rígidas as normas de divulgação de riscos climáticos, precificar o carbono e eliminar progressivamente os subsídios aos combustíveis fósseis. 

Falando sobre a carta, Stephanie Pfeifer, CEO do Institutional Investors Group on Climate Change (IIGCC) disse: 
"O Acordo de Paris fornece um sinal claro aos investidores de que a transição para uma economia de baixo carbono e de energias limpas é inevitável e já está em andamento. Os governos devem ratificar o Acordo de Paris rapidamente e ter a responsabilidade de implementar políticas que conduzam melhor a divulgação dos riscos climáticos, de reduzir os subsídios aos combustíveis fósseis e de implementar sinais de precificação fortes o suficiente para catalisar o significativo investimento do setor privado para as soluções de baixo carbono necessárias para concretizar as metas do acordo".
Os investidores também apelam aos líderes do G20 para dar prioridade à regulamentação pelos agentes reguladores financeiros nacionais para exigir a divulgação dos riscos climáticos "materiais". Comentando sobre esse tema, Mindy Lubber, presidente da ONG norte-americana Ceres e diretora da Investor Network on Climate Risk (INCR), coloca:
"Os órgãos reguladores financeiros, como a SEC, devem intensificar a atenção para melhorar a qualidade das divulgações climáticas corporativa, que estão bastante atrasadas ao considerar os amplas e crescentes riscos climáticos. Melhorar a qualidade da informação financeira relacionada com o clima, e alinhá-la entre diferentes jurisdições, é vital para estimular uma ampla ação do mercado de capitais sobre esta questão. As nossas organizações estão totalmente envolvidos com a Força Tarefa do Conselho de Estabilidade Financeira de Divulgação Financeira relacionados com o clima (TCFD). Nós aplaudimos esta iniciativa e encorajamos as nações do G20 a considerar as próximas recomendações do TCFD como contribuições para suas regras nacionais de divulgação".
Os investidores também exortam o G20 a apoiar a duplicação do investimento global em energias limpas até 2020, tal como solicitado pelo Secretário-Geral das Nações Unidas (2) em janeiro de 2016. Falando sobre este tema, Emma Herd, CEO of the Investor Group on Climate Change (IGCC) said, acrescenta: 
"Embora o setor privado possa fornecer grande parte deste investimento vital, a sinalização política também deve apoiar as metas climáticas da forma mais clara possível. Manter um forte crescimento no investimento em energias limpas é a chave para combater as mudanças climáticas. Nós encorajamos fortemente os países do G20 a ratificar o Acordo de Paris e ajudar a conduzir trilhões de dólares em novas oportunidades de investimento para energias limpas".
A carta também saúda o trabalho do Grupo de Estudos de Finanças Verdes do G20, que visa aumentar a contribuição dos investidores institucionais para tornar os fluxos financeiros tradicionais mais verdes. Fiona Reynolds, Diretora do PRI, disse: 
"Os investidores que assinam esta carta entendem que as conclusões do grupo de estudo serão apresentadas na Cúpula dos Líderes do G20 em 2016. Portanto, pedimos que as futuras presidências do G20 dêem continuidade a esta agenda de finanças verdes. Para que o financiamento verde atinja seu potencial, o G20 deve incentivar os setores público e privado a trabalhar mais estreitamente em questões como uma proteção ambiental e uma implentação da legislação ambiental mais fortes. Incentivos e quadros regulamentares também devem ser implantados para que o capital privado flua mais livremente em investimentos verdes".
Paul Simpson, CEO do CDP, reforçou:
 "Os investidores também destacam as recomendações feitas aos líderes mundiais um ano atrás, na Declaração de Investidores sobre Mudanças Climáticas, e renovam seu apelo para que o G20 apoie tanto o desenvolvimento de preços sobre o carbono como o início imediato da eliminação progressiva dos subsídios aos combustíveis fósseis".
Finalmente, os investidores também usam a carta para instar o G20 a priorizar a execução de suas contribuições nacionalmente determinadas e para se prepararem para fortalecê-las com o objetivo de assegurar que todas as nações do G20 cumpram seus compromissos e aumentem sua ambição climática durante 2018 para atingir os objetivos do Acordo de Paris.

Para visualizar a carta ao G20:


NOTAS:
  • (1) As seis organizações que apoiam a carta são:  IIGCC – Europe’s Institutional Investors Group on Climate Change; Ceres/INCR - the North American Investor Network on Climate Risk; IGCC – the Australia/New Zealand Investor Group on Climate Change; AIGCC – the Asia Investor Group on Climate Change; CDP e PRI.  
  • (2) Comentário do Ban Ki Moon em janeiro de 2016 pode ser conferido aqui 
  • (3) As recomendações do Global Investor Statement on Climate Change feitas em 2015 incluem o pedido de uma precificação do carbono estável, confiável e economicamente significativa que ajude a redirecionar os  investimentos em escala proporcional aos desafios das mudanças climáticas. 

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial