sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Mais de 100 atletas de 34 países na luta contra as mudanças climáticas

A campanha “1,5°C: o recorde que não devemos quebrar” encerrou sua primeira fase com a adesão de mais de cem atletas de 34 países, que mandaram pelas redes sociais sua mensagem sobre o limite máximo para o aquecimento global. Da Dinamarca à Nigéria, do Canadá ao Sudão, a iniciativa contou com a participação de representantes de nações dos cinco continentes, de várias latitudes e graus de desenvolvimento.

Grande parte do apoio veio de representantes das nações mais vulneráveis ao clima, como Somália, Ilhas Marshall, Fiji e Papua Nova Guiné, entre outros. Entre eles, o único representante de Tuvalu, Etimoni Timuani, e o levantador de peso de Kiribati, David Katoatau, que ganhou a primeira medalha de ouro para seu país e que roubou a cena com uma dança de comemoração. Vítima de evento climático extremo que destruiu sua casa, David começou a dançar após competir justamente para chamar a atenção para a situação de Kiribati, uma  pequena nação insular que corre o risco de desaparecer por causa da elevação do nível do mar.

A atividade esportiva será dramaticamente afetada pelas mudanças climáticas. Como mostrou relatório Mais Longe do Pódio – Como as Mudanças Climáticas Afetarão o Esporte no Brasil[i]divulgado pelo Observatório do Clima durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o risco de atletas literalmente morrerem de calor será multiplicado no Brasil e nos demais países tropicais nas próximas décadas caso não se reduzam dramaticamente as emissões globais.

Além dos esportistas que competiram na Olimpíada, a campanha também contou com a participação do Ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, do diretor-presidente da Fapesp, José Goldemberg, de representantes do mundo internacional dos negócios representados pelo B-Team e das várias organizações não-governamentais que integram o Observatório do Clima, – um dos organizadores da campanha, que surgiu a partir de uma ação em rede envolvendo o Fórum das Nações Vulneráveis, o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e o iCS (Instituto Clima e Sociedade). A campanha conquistou também o apoio da organização de jovens Engajamundo, que coordenou um flashmob com quase cem participantes na Praça Mauá às vésperas do encerramento da Olimpíada.

A divulgação da campanha incluiu um filme de 30 segundos[ii] com locução em português, inglês, francês, espanhol, turco e chinês que foi compartilhado nas redes sociais pela Convenção do Clima das Nações Unidas e foi exibido na última reunião dos representantes governamentais dos Países Mais Vulneráveis ao Clima. No Brasil, ele foi veiculado pela Rede Globo, por meio de sua área de responsabilidade social no âmbito da plataforma Menos é Mais, de mobilização social sobre sustentabilidade e consumo consciente. Nas redes sociais, foi visto por mais de 150 mil pessoas. Diversos atletas também gravaram seus depoimentos - entre eles, a esgrimista brasileira Nathalie Moellhausen, que protagoniza um vídeo respondendo à pergunta de muitas pessoas: o que precisamos fazer?

“Mês após mês, ano após ano, estamos vivendo uma sucessão ininterrupta de recordes de temperatura que não deixam margem para dúvida: estamos em meio a uma tendência perigosa de aquecimento do planeta”, alerta Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima. “Precisamos agir rápido para limitar esse aquecimento a 1,5o C. Sabemos como isso pode ser feito: precisamos parar de queimar petróleo e carvão, precisamos parar de desmatar e queimar matas e florestas.  Foi esse o recado que atletas de todo o mundo deram durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. E isso não apenas é bom para o clima, mas também para a geração de empregos e renda.”
 A campanha “1,5° C: o recorde que não devemos quebrar” terá uma segunda etapa durante a Paraolimpíada. 


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