Homens inférteis têm um maior risco de desenvolver um câncer de testículo ao mesmo tempo em que homens com câncer de testículo têm um risco maior de serem inférteis. É o que explica o urologista e especialista em reprodução humana creditado pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Matheus Roque. De acordo com ele, é importante alertar a população para prevenção e tratamentos de outros tipos de câncer exclusivamente masculinos e doenças associadas, como a infertilidade.
Apesar de raro e corresponder à 5% do total de casos, o câncer de testículo pode afetar homens em idade reprodutiva – entre 20 e 40 anos – e deixa-los inférteis. “Esse perfil de paciente pode, em casos extremos, desenvolver a azoospermia, que é a ausência de espermatozóides no ejaculado”, explica o médico. Nesses casos, durante o procedimento cirúrgico para o tratamento do câncer, a equipe médica retira fragmentos de testículos para serem avaliados com relação à presença de espermatozóides. “Se encontrados, recomendamos ao paciente que realize o congelamento para caso ele queira realizar, posteriormente, um tratamento de reprodução assistida”, explica.
A outra opção indicada aos homens é que eles realizem o espermograma e congelamento de sêmen antes do tratamento oncológico, tendo em vista que a rádio e a quimioterapia podem afetar a qualidade do sêmen.
O especialista lembra ainda que os homens são responsáveis de maneira isolada por ⅓ das causas de infertilidade e mais 1/3 em associação a alguma fator feminino. Dentre as principais causas de infertilidade no homem, está a varicocele (presença de varizes na região escrotal), infecção, obesidade, tabagismo, uso de drogas e anabolizantes, alterações genéticas e hormonais e a idade.
Nesse sentido, Roque aconselha aos homens a procurar, uma vez ao ano, um urologista para consulta e exames de rotina. ”A avaliação inicial mais adequada, em termos reprodutivos, contempla o histórico do homem, exames físicos e avaliação seminal. Antes dos encaminhamentos às técnicas de reprodução assistida, estimulamos sempre que possível o uso de medicamentos e/ou cirurgias como alternativas para uma gravidez natural caso não haja nenhum fator feminino de infertilidade associado. Quando falamos de infertilidade conjugal, é ideal uma avaliação tanto do homem como da mulher. Apenas depois disso, é possível indicar o melhor tratamento para cada casal”. reforça o médico.
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