O Natal é uma das épocas do ano em que há um crescimento significativo nos apelos para o consumo, e entre os principais alvos dessas estratégias estão as crianças. O direcionamento de publicidade ao público infantil aumenta significativamente no fim do ano. Por isso, é importante que as famílias estejam atentas e procurem alternativas para evitar o consumo excessivo.
O programa Criança e Consumo, do Alana, propõe alternativas para que os familiares e amigos celebrem as festas com mais presença e menos presentes. Confira dicas para desestimular o consumismo infantil no Natal e para ajudar pais, mães e responsáveis a proteger as crianças das publicidades dirigidas a elas.
1. Dê o exemplo
Consumir por impulso e ao mesmo tempo querer educar uma criança para o consumo consciente pode ser pouco eficaz. Ser coerente nas suas atitudes contribui para que as crianças do seu convívio estabeleçam relações mais atentas e responsáveis com o ato de consumir.
2. Evite relacionar lazer a consumo
Nas semanas que antecedem as festas, as crianças normalmente já estão em período de férias. Muitos familiares costumam passear em grandes centros comerciais como uma maneira de entreter as crianças. Esse passeio, porém, expõe as crianças a um ambiente que estimula o desejo de comprar e faz com que ela associe lazer ao consumo. Procure programar passeios ao ar livre, em parques, jardins, praia, ou espaços onde as crianças possam brincar.
3. Faça combinados
Combinar com as crianças como será o passeio e qual o objetivo antes de sair de casa pode ajudar muito a reduzir os pedidos por impulso. Se a ida ao shopping é apenas para comprar um presente para alguém, é importante que isso seja dito para a criança com antecedência. Nas compras do supermercado, por exemplo, é possível combinar quantos e quais itens a criança poderá escolher da lista.
4. Dizer “não” é importante
Diante da insistência das crianças, é importante que mães, pais, responsáveis e familiares saibam que dizer ‘não’ faz parte do processo educativo e pode ajudar as crianças a lidarem com frustrações futuras.
5. Mais presença e menos presentes
Procure conversar com a criança para que ela não associe, desde pequena, datas comemorativas com momentos de consumo. Conte histórias de Natal e, se possível, reúna a família para conversar. As reuniões e festividades podem ser marcadas pelo afeto e pelas conexões familiares e não apenas pelo consumo.
6. Envolva as crianças nos processos
Sugira para os familiares e amigos outros tipos de trocas durante o Natal. Já pensou em organizar um amigo secreto onde cada um faz o próprio presente? Envolva as crianças nessa elaboração. Decorar a casa reutilizando materiais, ou criando novos adereços com colagens e desenhos pode ser uma boa maneira de envolvê-las. Outro momento bacana que as crianças podem participar com os adultos é na preparação das refeições.
7. Evite as longas listas de presentes
Vale incentivar a criança a escolher o item que mais quer da lista de presentes, ao invés de alimentar a expectativa de que vá ganhar todos. Outra ideia interessante é incluir na lista diferentes sugestões que não envolvam apenas bens materiais, mas que tragam uma experiência especial para os pequenos como um passeio, um piquenique de Natal no parque ou brincadeiras ao livre.
8. Doar o que não se usa mais
Mães, pais e responsáveis podem incentivar os filhos a doar brinquedos não usados para outras crianças ou instituições que arrecadam brinquedos. Os pais podem sentar com os pequenos, selecionar alguns itens e explicar os motivos da doação, reforçando a importância da empatia e solidariedade.
9. Organize uma Feira de Trocas de Brinquedos
Natal não precisa estar associado com brinquedos comprados e novos. Converse com as crianças sobre como é o processo de produção dos brinquedos e o que acontece quando eles são descartados. Essa pode ser uma boa oportunidade para ensinar à criança sobre sustentabilidade, e entusiasmá-la a trocar um brinquedo que não usa mais por outro, em uma atividade como a Feira de Trocas de Brinquedos. A iniciativa do Criança e Consumo foi criada há cinco anos, e é uma maneira engajada e divertida de repensar a forma como consumimos, envolvendo adultos e crianças. Saiba mais aqui.
10. Diminua o uso de telas
Sempre que possível procure conversar com as crianças sobre a publicidade abusiva e explicar as motivações comerciais da empresa. Diminuir o tempo assistindo TV ou navegando na internet pode auxiliar na redução do assédio das empresas às crianças. Na internet, por exemplo, a publicidade aparece de diferentes formas, como aplicativos, sites ou nos canais de youtubers mirins. Com a popularidade de algumas crianças youtubers, diversas empresas se aproveitam dessas audiências para enviar seus produtos aos apresentadores. Estes, muitas vezes, exibem em seus vídeos os ‘presentes’ para seu público composto praticamente só de crianças.
11. Denuncie publicidade dirigida às crianças
É possível cobrar das empresas o cumprimento da legislação e fazer denúncias aos órgãos de Defesa do Consumidor ou ao Criança e Consumo, caso se deparem com estratégias publicitárias direcionadas às crianças. Vale lembrar que direcionar publicidade às crianças é abusivo, e portanto ilegal, conforme previsto no artigo 37, parágrafo 2º, do Código de Defesa do Consumidor (CDC), e reforçado pela Resolução 163 de 2014 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).
Sobre o Criança e Consumo
Criado em 2006, o programa Criança e Consumo, do Alana, atua para divulgar e debater ideias sobre as questões relacionadas à publicidade dirigida às crianças, assim como apontar caminhos para minimizar e prevenir os malefícios decorrentes da comunicação mercadológica.
Sobre o Alana
O Alana é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que aposta em programas que buscam a garantia de condições para a vivência plena da infância. Criado em 1994, o Alana é mantido pelos rendimentos de um fundo patrimonial desde 2013. Tem como missão “honrar a criança”.
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