quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Dia mundial da conscientização da pessoa com Alzheimer


Pequenos esquecimentos em situações do cotidiano, confusão e desorientação geralmente acompanhadas de ansiedade e agitação com progressivo declínio das funções cerebrais. Esses são sintomas comuns do Alzheimer, doença neurodegenerativa ainda sem cura. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem desse mal. No Brasil, estima-se que esse número chegue a 1,5 milhão. 

Relatório da Alzheimer´s Association aponta que a cada 66 segundos um americano irá desenvolver a doença neste ano. Até 2050, esse número deverá dobrar. E hoje, para muitos especialistas, um dos maiores problemas que envolvem a doença é a desinformação de quem cuida dos portadores. Por isso, 21 de setembro foi instituído como o Dia Mundial de Conscientização da Pessoa com Alzheimer.

No início, o indivíduo começa a perder sua memória mais recente, lembrando com precisão de acontecimentos antigos, mas esquecendo, por exemplo, que acabou de realizar uma refeição. Algumas funções cognitivas são prejudicadas pela progressão da doença, que interfere no comportamento e na personalidade, reduzindo a capacidade de trabalho e relação social. A pessoa apresenta, entre outros sintomas, declínio da memória, orientação temporoespacial, raciocínio lógico, linguagem e orientação viso espacial.

Segundo o neurologista do Hospital Santa Luzia, Ronaldo Maciel, as causas dessa patologia são multifatoriais e envolvem questões ambientais, genéticas, dietéticas, cardiovasculares, imunológicas e inflamatórias, sendo a principal causa de demência no ser humano. “Não há uma faixa etária exclusiva para o aparecimento do Alzheimer. Na maioria das pessoas os sintomas se iniciam depois dos 60 anos de idade”, explica o médico da Rede D’Or São Luiz.

De acordo com os dados do relatório, as mortes causadas pelo Alzheimer tiveram um aumento de 89% nos últimos anos, sendo a 4ª causa de morte de idosos entre 75 e 80 anos. O público de risco engloba, entre outros, indivíduos com doenças cardiovasculares, baixa escolaridade, histórico familiar de doença de Alzheimer e pessoas com dieta rica em carboidratos e pobre em gorduras de boa qualidade.

“O diagnóstico pode ser feito por meio de exame físico neurológico, exames de imagem, exames laboratoriais, testes neuropsicológicos diagnósticos e de triagem”, complementa Ronaldo. Mas o neurologista alerta que não há um diagnóstico de certeza, sendo sempre, um diagnóstico de presunção e nível de probabilidade.

O tratamento consiste na mudança nos hábitos de vida, estmulo cerebral, manejo das comorbidades, especialmente das doenças cardiovasculares, terapia medicamentosa para alívio sintomático e retardo da progressão da doença. “Há diversas ensaios clínicos em curso, buscando testar e avaliar o uso de novas drogas que sejam mais eficazes e que consigam prevenir ou reverter o curso da doença, mas nenhum deles obteve resultado positivo que já possa ser aplicado”, completa o neurologista.

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