Tanto
no mundo quanto no Brasil, o câncer de mama é o tumor mais comum entre as
mulheres e é o responsável por quase 30% dos casos novos da doença. A
estimativa do Instituto Nacional de Câncer para 2016 era de quase 60 mil
ocorrências com, aproximadamente, 15 mil mortes naquele ano.
Para conscientizar as mulheres da importância dos exames de rastreamento para o
diagnóstico precoce dos tumores de mama, o que permite um tratamento mais
seguro com mais possibilidades de cura, foi o criado o Outubro Rosa. Nesse mês,
várias ações são programadas para campanhas contra a doença.
“É preciso lembrar que existem vários tipos diferentes de câncer, sendo que
alguns têm um crescimento mais rápido e agressivo, mas a maioria tem uma
evolução que possibilita um tratamento eficiente, desde que detectados em tempo
hábil”, afirma José Antonio Marques, ginecologista, ex-vice-presidente e membro
da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).
Os fatores de risco são vários, mas as mulheres com idade entre 50 e 70 anos,
quem começou a usar precocemente anticoncepcional oral, aquelas sem filhos ou
que tiveram após os 30, as que menstruaram cedo, quem faz uso de terapia de
reposição hormonal na menopausa, com parentes de primeiro grau com câncer de
mama antes dos 45 e as obesas são as que têm mais probabilidades de desenvolver
a doença.
Para descobrir o câncer precocemente, Marques ressalta a importância da
realização da mamografia e do exame clínico das mamas anualmente. O
especialista destaca que em países e regiões onde o acesso aos exames
realizados por profissionais é feito regularmente, o autoexame não tem
demonstrado uma diminuição na mortalidade.
“As mulheres devem ser aconselhadas a praticar o autoexame como forma de
conhecimento do corpo. Mas, no Brasil, a grande maioria dos casos ainda é
descoberta pela própria mulher”, informa o médico.
As opções de tratamento dependem do tamanho e da agressividade do tumor.
“O tratamento cirúrgico é a etapa inicial. A retirada da totalidade da mama
(mastectomia) é, hoje, uma opção para tumores maiores que 2,5 cm, e a retirada
de
parte da mama (quadrantectomia) seguida por radioterapia é a escolha para
tumores pequenos, assim como a retirada de todos os linfonodos da axila, que
está sendo substituída pela retirada de um deles chamado de sentinela, o
primeiro a ser atingido quando o tumor se expande para além da mama. A
quimioterapia é indicada para
casos de alto risco de metástases”, ressalta Marques.
O tratamento para combater o câncer de mama também pode causar complicações no
corpo da mulher, principalmente os mais mutiladores seguidos de radioterapia. A
quimioterapia promove complicações temporárias e podem ser amenizadas.
“Um dos tipos de hormonioterapia pode levar à formação de tromboses e coágulo,
e outro à osteoporose. A mastectomia, por também mexer com um órgão sexual
feminino, pode acarretar disfunções no relacionamento do casal, portanto sempre
é necessário um suporte psicológico, às vezes com terapeutas especializados em
acompanhar pessoas com câncer e com sequelas do tratamento”, avalia o
ginecologista.
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