Na última semana, foi sancionada pelo governador Rodrigo Rollemberg a lei que criou o BioTic – Parque Tecnológico. Ela altera a legislação publicada em 2002, que previa a instalação apenas de empresas ligadas às áreas de tecnologia da informação e telecomunicações e dava o nome ao local de Cidade Digital. Agora, como BioTic, o escopo do empreendimento é ampliado, com a possibilidade do desenvolvimento de biotecnologia e de nanotecnologia.
A empreitada tem tudo para decolar e transformar o DF no novo polo de TIC mundial, não apenas pelo fato de que o parque vem suprir uma carência do DF, que é o investimento em uma das suas maiores vocações – a tecnologia e serviços limpos – mas também porque governo e iniciativa privada estão juntos, trabalhando para atrair grandes empresas e institutos para desenvolver pesquisas. De acordo com o GDF, o local deverá gerar 20 mil pastos de trabalho diretos e 40 mil indiretos. É evidente que a criação do parque, além de ser anseio antigo do setor produtivo local, é um passo importante para o desenvolvimento tecnológico do DF. Já deixou de ser uma demanda exclusiva das empresas de tecnologia da informação e se tornou um desejo da sociedade brasiliense.
Entretanto, é importante pesar que com a decisão do governo de abrir espaço para a implantação de empresas fora do escopo do setor de tecnologia, há um risco de o projeto, pensado há quase duas décadas, ser desvirtuado. Com a alteração que consta no PLC 76/16, a área pode ser ocupada por “comunidades, agricultores e indústrias, tais como: agropecuária, alimentos, farmacêuticas, perfumes e cosméticos” – o que para representantes das áreas de TI, descaracterizaria a área já planejada. Dessa maneira, o governo está diante de um impasse: mantém o texto original ou abre espaço para mais setores ocuparem a tão sonhada Cidade Digital.
Adelmir Santana
Presidente do Sistema Fecomercio-DF (Fecomercio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio)
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