A quantidade de usinas elétricas a carvão em desenvolvimento em todo o mundo teve uma queda dramática no primeiro semestre de 2016, principalmente devido à mudança de políticas na Ásia. Os resultados foram relatados na semana passada pelo Global Coal Plant Tracker da organização não governamental CoalSwarm.
No geral, o pipeline de usinas de carvão - o montante total da capacidade de geração a carvão que está em planejamento pré-construção - caiu de 1.090 gigawatts (GW) em janeiro para 932 GW em julho, uma queda de 14% em nível mundial. O Leste da Ásia foi a região onde se registrou um declínio mais dramático, de 22%. A redução total em todo o mundo, de 158 GW, equivale a aproximadamente toda a capacidade de geração a carvão da União Europeia (162 GW).
A maior queda foi registrada na China (114 GW), seguida pela Índia (40 GW). Ambos os países anunciaram recentemente grandes políticas para reduzir a presença do carvão em suas matrizes energéticas.
Em abril, a China anunciou restrições radicais destinadas a usinas de energia movidas a carvão em 13 províncias. Em junho, o Ministério da Energia da Índia emitiu uma avaliação afirmando que há mais usinas do que seriam necessários nos próximos três anos e que "qualquer usina térmica que ainda está para começar a construção deve recuar."
No sudeste da Ásia, vários países tomaram medidas para reduzir ou retardar novas usinas a carvão. Em março, o Vietnã revisou seu Plano Revisado de Desenvolvimento de Energia VII, cancelando ou adiando 23 GW de usinas a carvão planejadas. O plano RUPTL 2016-2025 da Indonésia, que abrange todo o desenvolvimento de energia na próxima década, mostrou um reescalonamento de mais de 7 GW de energia gerada por carvão para anos posteriores. Em julho, a Secretária de Ambiente e Recursos Naturais da Filipinas, Gina Lopez, anunciou novos planos para priorizar as energias renováveis em relação ao carvão no processo de licenciamento.
O diretor da CoalSwarm, Ted Nace, disse: "Embora a retração recente no pipeline de usinas a carvão seja um progresso significativo, reduções muito mais intensas são necessárias para evitar um perigo sério. Os níveis de capacidade em construção (350 GW) e em planejamento (930 GW) excedem em muito o orçamento de carbono para limitar o aquecimento a 1,5° C. Além disso, um novo relatório da AIE mostra 6,5 milhões de mortes por ano a partir de poluição do ar, com o carvão como fator principal."
Detalhes completos podem ser encontrados no relatório "“A Shrinking Coal Plant Pipeline: Mid-2016 Results from the Global Coal Plant Tracker” e na página de resumo dos dados no EndCoal.
Leia o relatório aqui.
Sobre CoalSwarm
CoalSwarm é uma rede de pesquisadores que procuram desenvolver recursos informacionais colaborativos sobre os impactos do carvão e as alternativas a ele. Os projetos atuais incluem a identificação e mapeamento proposto e projetos de carvão existentes em todo o mundo, incluindo plantas, minas e infra-estrutura. Para mais informações, visite http://www.coalswarm.org/.
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